sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fazendo o mesmo, pensando diferente

Segundo especialistas em mudanças climáticas, os clubes são um dos principais consumidores de energia do planeta. Pensando nisso, o dono do Bar Surya, em Londres, refez o chão da pista de dança de seu estabelecimento e o revestiu com placas que, ao serem pressionadas pelos frequentadores do lugar, produzem corrente elétrica. Essa energia é então usada para ajudar na carga elétrica necessária à casa. Andrew Charalambous, o visionário dono do bar, diz que a eletricidade produzida pela pista modificada representa 60% da necessidade energética do lugar.









Além da imensa inovação criada, todos  os clientes presentes que comprovarem ter ido a pé até lá , de bicicleta ou de transportes públicos recebem entrada gratuita.

Outra tendência é o design verde, na arquitetura moderna, como o prédio de cinco andares da Escola de Arte, Design e Comunicação da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. A construção conta com uma cobertura vegetal e sua forma orgânica se mistura com a natureza onde está inserida. Os telhados revestidos de grama servem como ponto de encontro informal, além de ajudar no equilíbrio térmico do edifício e na absorção da água da chuva. 



E quem disse que uma impressora precisa de tinta ou papel para existir? Conheça a Impressora PrePean. Diferente das convencionais, ela utiliza uma peça térmica para fazer as impressões em folhas plásticas feitas especialmente para isso. Além de serem à prova d'água, elas podem ser facilmente apagadas. É só colocá-las novamente na impressora que, através de outra temperatura, a próxima impressão ficará no lugar da anterior. A mágica faz com que apenas uma dessas folhas possa ser utilizada mil vezes. 



Quando se trata de material de escritório, falar em sustentabilidade chega a ser desperdício: Grampos de grampeador são tão poluentes que uma empresa decidiu criar um novo modelo do produto, sem grampos! Em vez dos grampos a que todos estamos acostumados, ele recorta pequenas tiras de papel e as usa para costurar até cinco folhas de papel juntas. Se você se empolgou com a ideia, pode encomendar esses grampeadores personalizados para que sua empresa se vanglorie de contribuir para um mundo livre grampeadores com grampos. Você pode comprar no mercado livre!

 

domingo, 31 de julho de 2011

A vida é curta. Curta!

Uma carreira sustentável e de sucesso depende do equilíbrio profissional e pessoal. Desacelerar, portanto, é uma decisão que não só tende a proporcionar uma sensação psicológica de bem-estar como também pode contribuir para a preservação da própria saúde.

Os esforços por uma vida melhor e mais saudável poderão ser inúteis, se a cultura da velocidade não for revista. No pensamento moderno, o tempo é uma riqueza que está escasseando, como o petróleo ou a água. E a sensação de falta de tempo é uma doença crônica, sem remédio.

Não estamos falando em deixar de trabalhar ou apresentar menos resultados. Estamos falando em qualidade. A necessidade de divisão estratégica do tempo, para que nenhuma das prioridades sejam prejudicadas. Acredito que todos conhecem a matriz Urgente-Importante. O ideal seria estar sempre no loco 2, planejando para prever o que pode vir a ser urgente. Mas quantos conseguem de fato separar o que é importante do que é não importante?




A tecnologia tem nos impedido de viver cada momento intensamente. A necessidade de se informar a cada segundo e de ter total foco na carreira com a preocupação de entrega de resultados para ter sucesso, não é uma situação sustentável, já que prejudica familiares e amigos, corpo e saúde. Um comercial na Tailândia fala justamente da necessidade de desconectarmos para conseguirmos nos conectar.




Controlar o tempo, uma ambição humana tão antiga quanto os povos remotos, ganhou na Itália um novo significado. No país, começou uma experiência inovadora, considerada uma das saídas para a salvação do planeta: diminuir o ritmo, ir mais devagar, com calma. A ideia do movimento que está se espalhando pelo mundo, "cidades do bem viver", é promover mudanças de mentalidade e estilo de vida.

A alguns quilômetros da cidade de Greve In Chianti, a brasileira Jussara Perez, junto com o marido, se beneficiou das leis de incentivo para cultivar a terra. O casal abandonou a vida em Florença há 11 anos e investiu no agroturismo, um hotel-fazenda com produção agrícola. Tudo é orgânico e ecológico. Até a piscina tem sal no lugar do cloro. 

A lentidão é uma regra constante da família de Jussara. Comer com consciência do que você está comendo, viver o momento presente. Você está aqui, você curte, respira. Se você está bebendo, beba. Se você está comendo, coma. Se você está caminhando, caminhe. Você tem que ter consciência de cada coisa do que você esta fazendo. Isso é slow, porque é parar", diz a dona do hotel-fazenda.


Teste aqui se você precisa desacelerar o ritmo da vida!


Fontes: globo e vida trainee

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sustentabilidade do tempo

Nós perdemos tempo, gastamos tempo e tentamos futilmente gerencia-lo melhor. "Tempo é dinheiro", declarou Benjamin Franklin, e muitos parecem realmente decididos a maximizar o valor do tempo, produzindo - e consumindo - mais e mais ao longo do tempo. Nossa experiência de tempo está bastante condicionado em quantas escolhas nós sentimos que temos ao longo do dia. Quando se pergunta sobre qual a parte mais difícil em viver sustentavelmente, muitos dizem que é não ter tempo suficiente. Conseguir descobrir o que está roubando seu tempo é essencial para você ter mais tempo para os outros à sua volta e para você. Melhora a sua qualidade de vida e a dos outros a sua volta (sua comunidade!). Ainda acha que gestão de tempo não tem a ver com sustentabilidade?


Algumas dicas para otimizar seu tempo para uma vida mais sustentável:

1. Abra mão da perfeição e foque em ser humano: Uma pessoa perfeccionista quer tudo do jeito que imaginou que ficaria. Quer tudo perfeito. E isso leva tempo. Leva muito tempo. E energia! Deixar as coisas da melhor forma possível pode ser suficiente muitas vezes. 

2. Encontre algo construtivo para aliviar o estresse: diminuir o ritmo é sempre muito produtivo. Quem sabe uma volta no quarteirão ou tirar aquela bicicleta da garagem? Ler aquele livro que ainda está na embalagem ou começar a praticar algum esporte são outras alternativas. Desenvolva atitudes mais saudáveis, evite fazer mais de uma atividade ao mesmo tempo, procure socializar! Estabeleça seu horário de descanso, a "hora do reabastecimento" (bater um papo, fazer um lanchinho, etc).

3. Mantenha um caderno de anotações para to-dos e ideias. É importante manter em mente o que você tem que fazer ao longo do dia. Escrever ideias que você tem ao longo do dia economiza o tempo que você irá perder tentando lembrá-las quando for necessário. Tenha certeza de que tudo está em um lugar só, porque não adianta você ter dez listas do que você precisa fazer e não sabe onde está. Cheque se tudo está sendo realizado. Dessa forma você sente a satisfação da realização e garante que não vai esquecer de fazer algo. Saiba onde estão suas coisas.

4. Delegar tarefas: depositar confiança em pessoa(s) que você acha ser(em) capaz(es) de realizar alguns detalhes do dia é importante. Ensinar o irmão mais novo a tirar a mesa, a arrumar o quarto. Ensinar o membro da sua equipe a preencher a base de dados, a utilizar determinado programa. O tempo que é gasto ensinando essas pessoas agora será economizado no futuro, porque você não terá que fazer tudo sozinho(a).

5. Priorize e esteja bem se não fizer tudo: às vezes você está fazendo uma atividade e lhe pedem ajuda em alguma outra coisa, ou um amigo precisa conversar. É necessário saber quando dizer não. Aprenda também a encerrar uma conversa. O telefone é um grande inimigo do tempo. Reduza as interrupções. É uma balança difícil, e demora a aprender. Mas o mais importante é visualizar seus objetivos de longo prazo, e ter certeza que está-se priorizando as atividades que vão lhe levar até lá.

6. "Calendarize": descubra a parte do dia que você tem maior rendimento e aproveite para focar nas atividades que exigem maior energia. Mantenha sua agenda em dia, dessa forma fica mais difícil esquecer compromissos e aniversários. Aprenda a ter controle das suas atividades, avalie quais das suas atividades diárias você não tem controle e tente aumentar esse poder ao máximo.

7. Aproveite o tempo de deslocamento e viagens. Leve consigo relatórios que precisam ser lidos, formulários à preencher, e assim por diante. Tenha cuidado ao fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Não se atrase! Lógico que com o trânsito de Recife, eu sempre levo um livro para todos os locais nos quais sei que terei de esperar. Mas o atraso é considerado por muitos um descaso com o horário do outro, sem desculpas. Faça as coisas dentro dos prazos, principalmente se a tarefa parece desagradável, resolva-a logo no começo do dia, não perca tempo se preocupando com ela. Se for necessário, divida-a em tarefas menores e elabore um fluxograma para entendê-la melhor. Quando se lida com outras pessoas, o ideal é definir prazos claros. O auto-conhecimento é essencial para você cumprir com as responsabilidades, faz com que você analise todos os seus compromissos antes de assumir um novo.

8. Leia menos, porém melhor. Sublinhe as palavras ou frases fundamentais a entender o contexto. Faça anotações. Leia os artigos que lhe interessam de verdade, procure ler resumos do que não for muito importante, bloqueie informações irrelevantes, faça a triagem do material que recebe. Muito tempo é gasto abrindo-se todos os e-mails da caixa de entrada. Saiba jogar fora todo o lixo (eletrônico ou não) antes de começar a trabalhar. Para alguns, não se dê nem ao trabalho de abrir. 

9. Use o bom senso, evite procrastinar. Muitas pessoas se queixam: 

- Ah, eu não trabalhei esse fim-de-semana e tenho que entregar a planilha na segunda-feira, estou me sentindo culpado

Deixar tudo para depois e não priorizar o que é mais importante é o principal erro das pessoas que agem assim. Ficar mais alguns minutos no facebook ou no twitter é o perigo mais comum. Estabeleça um tempo provável que você se dedicará às atividades e procure respeitar esse tempo. Um despertador geralmente funciona para os mais dispersos. Procure conhecer seus vícios e avaliar como livrar-se deles. Faça sempre uma auto-avaliação do que pode ser melhorado, onde você perdeu mais tempo durante a semana, era necessário perder esse tempo? Tenha sempre em mente a relação custo-benefício.

"Cada um de nós tem o mesmo número de segundos para usar da forma que achar melhor, mas nem todos os usam em seu benefício e nem todos investem neles com sabedoria"

Você tem gerenciado seu tempo? Ou ele tem gerenciado você?

Fonte: Como administrar seu tempo - Marc Mancini (Você s/a, Coleção Densenvolvimento Profissional)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Agricultura familiar, um futuro sustentável no semiárido brasileiro

Reservatório que armazena água das chuvas e pode
abastecer 10 famílias agricultoras

Em Julho é comemorada a semana da Agricultura. Agricultura e sustentabilidade estão diretamente ligadas através do meio ambiente. Sobre o assunto escreveu Méle Dornelas, Publicitária da Comunidade Diocesana de Pesqueira e membro do núcleo de comunicação da ASA Pernambuco. 

A agricultura familiar aparece para a economia do país como importante atuante na geração de alimentos e, consequentemente, do crescimento do mercado financeiro nacional, respondendo ainda por 30% da produção mundial. Cerca de 70% dos alimentos que abastecem o mercado interno vêm da agricultura familiar que emprega 77% dos 17 milhões de brasileiros que vivem no campo, o que garante a sustentabilidade do setor e alavanca a qualidade de vida de famílias agricultoras. 

O histórico da agricultura brasileira obedece a dois modelos distintos. Por um lado, a agricultura familiar e camponesa que privilegia a qualidade de vida, a soberania alimentar, a geração de emprego e a produção familiar. Por outro, o agronegócio, baseado na monocultura, na concentração de terra, no uso intensivo de agrotóxico e de sementes geneticamente modificadas, causando uma destruição ambiental. A agricultura familiar contribui para uma relação cultural e social entre o produtor, a terra e seus frutos. Já o agronegócio substitui o trabalho humano por máquinas, volta sua produção para o mercado externo e ainda concentra a maior parte das terras agricultáveis. 

No Brasil, muitas cidades dependem dessa atividade, mas desafios se colocam no caminho do trabalhador rural. Para que o crescimento da agricultura ocorra, faz-se necessário o uso de tecnologias apropriadas no desempenho das tarefas agrárias e a adoção de condições político-institucionais, como o acesso a créditos, informações organizadas, canais de comercialização, transporte, energia e tantos outros. Outro ponto que emerge como fundamental para o desenvolvimento desse setor vem da mobilização dos agricultores através de organizações. Associações, sindicatos e cooperativas são bons exemplos e se posicionam não somente como agentes de desenvolvimento da agricultura, mas contribuem com uma sociedade mais justa, na medida em que buscam soluções e capacitações conjuntas para seus integrantes e para o mercado onde atuam.

O destempero climático que várias regiões de atuação agrícola familiar estão submetidas também merece atenção. Cerca de 50% dos estabelecimentos rurais encontram-se no Nordeste, principalmente no semiárido. Mas, muitos são os agricultores que aprendem, e bem, a convivência com esse tipo de clima. Por deter uma terra de pouca umidade e chuvas irregulares, a agricultura nessas regiões exige não só uma dose maior de criatividade e ousadia, mas, sobretudo, uma visão mais ampla a partir do desenvolvimento de ações que garantem a sustentabilidade e o equilíbrio das propriedades rurais.

Através da valorização de tecnologias simples e sustentáveis, desenvolvidas para a adaptação da agricultura nesse tipo de clima, o homem rural pode trabalhar o ano todo com a água e utilizá-la também para o uso doméstico. Cisternas, tanques de pedra, biodigestores, barragens subterrâneas, bombas populares e outras tecnologias são fortes agentes de transformação sustentável e de avanços no campo da agricultura familiar.


Biodigestor - Tecnologia que utiliza o estrumo de vacas e bois para a produção do biogás

A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil) contribui com a criação e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para a região semiárida, verificando as necessidades e as potencialidades das populações locais, e firmando um compromisso com os agricultores familiares.


O desenvolvimento sustentável da agricultura familiar gera a renda das famílias rurais, movimentando o mercado através da comercialização de sua produção. Essa etapa econômica se desdobra para um mercado maior, o nacional e até mesmo o internacional, solidificando a estrutura econômica do país.


“Pensar em agricultura sustentável é pensar em formas de produção que garantam as condições indispensáveis á preservação da vida, por isso nós da ASA trabalhamos com base na agroecologia como um sistema de produção que procura imitar os processos como ocorrem na natureza, evitando romper o equilíbrio ecológico que dá a estabilidade aos ecossistemas naturais“ - Neilda Pereira.

Canteiro Econômico - A Cisterna (ao fundo) armazena a água das chuvas e pode irrigar a plantação por todo o ano, evitando desperdícios e possibilitando uma agricultura sustentável


O texto na íntegra você pode visualizar no blog dos Cáritas Diocesana: http://solidariedadepelavida.blogspot.com/p/agricultura-familiar.html


Colaboradora:
Méle Dornelas, alumnus da AIESEC Recife.

sábado, 16 de julho de 2011

A Importância do Voluntariado - Parte II

No post anterior, tivemos um depoimento acerca do trabalho voluntário. Foi comentado como esse trabalho é gratificante do ponto de vista da cidadania e também pontuado que o mercado de trabalho tem dado cada vez mais valor a essa experiência. Mas será que as empresas se preocupam tanto pelo caráter filantrópico da causa?

É inegável que a forma como as empresas financiam programas sociais e ambientais vem mudando consideravelmente ao longo dos anos, diminuindo cada vez mais o espaço para a simples filantropia. Não que as empresas não queiram mais investir em comunidades ou mitigação de impactos, por exemplo; elas agora querem que os projetos estejam alinhados aos seus processos de negócio.

No entanto, na contramão dessa tendência, vemos um forte movimento dentro das empresas que estimula a prática do voluntariado corporativo. Se pensarmos no conceito clássico do que é ser voluntário (segundo a ONU “é o jovem ou adulto que dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividade, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”), vemos um conflito entre o voluntariado corporativo e a movimentação das empresas para transformarem suas ações sociais e ambientais em atividades estratégicas.

A grande questão que envolve esse dilema é se não traria mais resultados tanto para as empresas quanto para as instituições beneficiadas caso fossem aplicados conceitos de sustentabilidade nas ações de voluntariado. O tema é polêmico, mas se hoje o investimento social das organizações é estratégico, qual o sentido de, ao se realizar ações de voluntariado corporativo, mobilizar recursos financeiros e humanos para algo meramente filantrópico? Como transformar essa filantropia em sustentabilidade?

Para isso ser possível, é preciso planejar as ações ainda na fase de elaboração do evento (dia do voluntariado, semana do voluntariado etc). Os responsáveis pelo comitê de voluntariado (geralmente pessoas da área de sustentabilidade, de comunicação ou de RH) devem identificar dentro das instituições beneficiadas as necessidades referentes não apenas a doações, mas também necessidades estratégicas.

Por exemplo: uma ONG está com problemas de captação, mas não tem alguém com conhecimento de marketing direto para realizar as ações. Ou então a crise fez com que a demanda por atendimento de outra ONG aumentasse substancialmente de forma que a qualidade desses atendimentos tenha caído. Como voluntários corporativos podem ajudar nesses casos?
O voluntariado sustentável pode acontecer de diversas maneiras, alguns exemplos são: o colaborador doa seu conhecimento para executar projetos ou ações em determinada área. Ou ele capacita funcionários ou outros voluntários para atuarem numa área. Dependendo do tempo e da equipe voluntária, pode-se, até, reestruturar uma área. Há, inclusive, a possibilidade de colaboradores atuarem em outros processos para ganhar experiência.
Depois de identificadas as necessidades das instituições beneficiadas, cabe ao comitê replicar as informações aos funcionários da empresa e buscar interessados em formar grupos de ação. A forma como isso acontece depende de como as empresas organizam seu voluntariado, da disponibilidade dos recursos humanos das empresas e varia de acordo com a estrutura e necessidade das instituições sociais.
É claro que ONGs, asilos, creches têm necessidades urgentes que não podem esperar. E é claro também que a filantropia não pode acabar. Essas necessidades devem ser respeitadas. Mas junto das ações imediatas, as empresas podem pensar com carinho na implementação do conceito de voluntariado sustentável, afinal, não é mais efetiva e de maior alcance uma ação que beneficie uma instituição continuamente?

Fonte:

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Importância do Voluntariado - Parte I

É prática comum da equipe deste blog convidar algumas pessoas para escrever para este espaço, seja abordando um tema alinhado com nossa proposta ou compartilhando alguma experiência pessoal marcante.

Para a primeira postagem desta semana, decidimos abordar o tema Voluntariado, cuja prática tem sido cada vez mais valorizada pelo mercado e que mantém uma ligação subjetiva com o tema Sustentabilidade, que dá norte a este blog. Divulgamos o depoimento de Thiago Fernandes, recifense que está há 3 anos trabalhando no Canadá. Ele foi participar de um intercâmbio promovido pelo governo canadense e está naquele país até hoje.

Acompanhem!


Eu só entendi a importância e a beleza do trabalho voluntariado após morar fora do Brasil. Trabalho voluntariado não quer dizer trabalho sem retorno. Talvez não um retorno financeiro, mas no mundo em que vivemos hoje, há outras formas de reconhecimento, felicidade e paz interior que dinheiro não pode comprar.
Primeiro, é importante lembrar da necessidade de voluntariado para a sociedade. Há várias pessoas na nossa comunidade que precisam de ajuda. E muitas vezes essa ajuda não é financeira, mas sim de uma palavra de conforto, alguém para conversar, ou uma força em um projeto que tenta criar um mundo melhor. 
Como eu sou apaixonado com crianças, um dos projetos que chamou minha atenção aqui no Canadá foi o Big Brother. E vale salientar que isso não tem nada a ver com o programa de TV. O projeto combina um adulto com uma criança que está passando por problemas ou não tem uma família que pode dar o suporte social que ela precisa. O que você precisa fazer? Passear ou visitar essa criança uma vez por semana. 
O projeto que eu participei é chamado Live, Work & Play, e ajuda crianças com problemas mentais a interagir com a socidade. Toda sexta-feira das 19h às 20h, vamos fazer uma atividade social que eles escolhem, como boliche, uma peça de teatro ou algum esporte. Ver essas crianças crescerem e virarem independente quando o mundo inteiro diz que eles nunca poderiam é uma recompensa que dinheiro nenhum poderia comprar. 
Mas por que voluntariar? Essa é uma maneira de você doar para a comunidade, de melhorar o espaço em que vivemos. Sozinho, governo nenhum pode transformar uma sociedade, mas quando cada um de nós contribue um pouco que seja, começamos a criar mudanças verdade. Fazer trabalho voluntário é uma maneira de você lembrar todos os dias, o quão privilegiado você é e o quão bem te fará fazer o bem. Por mais cliché que isso seja, eu aconselho cada um a fazer trabalho voluntário, tenho certeza que você vai tirar uma lição de vida seja qual for o trabalho voluntariado que você se envolva. Procure algo que te motive: meio ambiente, direitos dos animais, crianças, idosos, pobres, pessoas com problemas de saúde, marginalizados na sociedade, mulheres que sofreram violência sexual, etc. Essa é a sua chance de mudar o mundo.




Colaborador
Thiago Fernandes

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar


Não tem mais volta. As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.

O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.



Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. “Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo”, esclarece.

Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um “avião” – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.


Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: “As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar”.

O inventor explica que a ideia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. “Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial”, diz.

Reportagem na íntegra: http://www.funverde.org.br