sábado, 9 de abril de 2011

Insustentabilidade: venerada por economistas

São corriqueiras as notícias exaltando o crescimento acelerado do PIB (Produto Interno Bruto) da China e lamentando o crescimento pífio de economias mais velhas. Já faz algum tempo que o PIB se tornou o mais importante, senão o único, indicador do progresso de uma nação.

O conceito de PIB surgiu depois da Grande Depressão, em 1929, com o intuito de fornecer informações sobre a recuperação econômica dos países afetados pela crise. Parecia um bom índice à época, já que a economia era o assunto mais importante e mais urgente; fazia todo sentido esbaldar-se dos recursos naturais sob o pretexto de aumentar a taxa de crescimento do PIB.

Entretanto, ainda hoje a maioria absoluta dos governantes e economistas utiliza, indiretamente, a mesma desculpa para defender o aumento infinito – e cada vez mais acelerado – do PIB. Mas todas as situações da década de 1930 mudaram; não é mais somente a economia que está em evidência. Há diversas outras variáveis que são virtualmente ignoradas pelo PIB: situação ambiental, saneamento básico, desemprego; enfim, quase todo o bem-estar da população.

Será que isso significa que estamos mais felizes?
É muito comum o tecnicismo humano tentar reduzir todos os problemas a uma só variável – no caso, o PIB – para facilitar a implementação de modelos milagrosos que, solucionando essa única variável, solucionarão todos os nossos problemas. Esse tipo de pensamento reducionista e retrógrado é a sólida base em que se sustentam muitos economistas e governantes; a função básica deles é aumentar o crescimento do PIB.

Está muito claro, porém, que esse crescimento infinito é completamente insustentável a médio-longo prazo. Algumas nações já estão antenadas a isso (veja este link). Outro país, o Butão, insignificante em termos de PIB mundial, já implementou na sua política o índice FIB – Felicidade Interna Bruta. Essas são medidas muito interessantes para combater o reducionismo ao qual estamos habituados desde criança; são modos de pensar 'fora-da-caixa', que tentam enfrentar todos os nossos problemas em toda a sua amplitude, não só no aspecto econômico.

Acredito que a economia é um fator fundamental no bem-estar de um país, mas o país não pode deixar de ligar a economia à população. A crença cega e irrestrita no PIB distancia esses dois indivíduos, incentivando a especulação e o dinheiro virtual criado 'do nada'. O PIB não pode ser o objetivo central do governo; seria utópico acreditar que o PIB poderia ser consequência do bem-estar e da felicidade da nação?

Colaborador: Felipe Duque, criador do blog http://umanovaeducacao.wordpress.com
felipe.duder@gmail.com

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sustentatibilidade de Informação

A partir dos anos 60 a informação – especialmente nas suas atividades de produção, recuperação e subsídio à tomada de decisão – começou a ganhar papel de destaque dentro das organizações modernas, e desde então sua ascensão tem sido contínua e exponencial. Esse boom da informação aconteceu devido a dois grandes fatores: primeiro o avanço de tecnologias capazes de produzir, armazenar, recuperar e comunicar informações praticamente em tempo real. O segundo fator foi o começo da percepção da capacidade da informação de reduzir incertezas, sendo, por isso, fundamental para o planejamento estratégico e para a tomada de decisão.

Nesse processo de descoberta, percebeu-se uma variável fundamental para o sucesso, ou não, da aplicabilidade da informação dentro das empresas chamada conhecimento tácito. A idéia é que basicamente as informações nunca estão presentes totalmente em um suporte. Ela está também, e principalmente, adormecida dentro das pessoas. Isso explica, por exemplo, porque a mãe passa a receita para uma filha e muitas vezes o gosto fica totalmente diferente. O ‘segredo’ para o sucesso está no jeito especial, no conhecimento tácito que a mãe tem de fazer aquela receita e isto dentro de uma organização é extremamente mobilizador. Nasce assim um dos pilares da gestão da informação: a ciência cognitiva, cujas técnicas estão hoje vastamente disseminadas dentro dos setores de RH. Junto com idéia de registrar o conhecimento também veio a noção de que informações são produzidas a todo instante dentro das organizações e que essas têm alto poder de reflexão nos diversos sistemas da instituição.

Para contextualizar, pare e reflita: Qual vai ser o sucesso de um programa estruturado por OGX (Outgoing Exchange) se as informações não forem passadas à COMM (Time de Comunicação) para divulgá-lo? Do que adianta TM (Talent Management) projetar eventos, se FIN (o time de Finanças) não tem dinheiro? Será que os problemas de ICX DELIVERY não já foram solucionados um dia dentro da própria @RC e não sabemos?

As práticas de gestão da informação nos faz uma organização mais unida e quebra as barreiras desnecessárias que a  departamentalização nos impõe. São práticas que nos faz ter uma visão mais sistêmica da AIESEC, com membros mais versáteis, com mais senso crítico e com soluções mais práticas para  problemas. O resultado disso é uma comunicação interna efetiva e harmônica.

Para ter uma gestão sustentável das nossas informações é preciso, primordialmente, termos um uso consciente das nossas 3 ferramentas de suporte à GI: MyAIESEC, PIPELINES e CRM. Cada um possui sua finalidade especial e nos ajudam em diferentes tarefas. Em uma breve análise dos 3 podemos observar:

  • MyAIESEC: Funciona mais para comunicação interna e posicionamento na rede. As ferramentas de Wiki e Fóruns possuem uma função realmente fundamental. É nesse momento que você tem a possibilidade de conhecer como todas as áreas estão performando e de fazer com que o CL possa conhecer como esta a performance da sua área.
  • Pipeline: Fundamental para alinhar as tarefas de um time. Nos ajudar a otimizar e organizar nossas ações. Nela, geralmente registramos ações de menores resultados mas que não necessariamente geram menor impacto.
  • CRM: Nele registramos mais dados e ações concretas. É um ótima ferramenta para criarmos uma memória para as demais gestão.

O bom uso dessas ferramentas é apenas uma questão de cultura organizacional e disciplina de nós membros. Cada vez que deixamos de postar um output, perdemos informações que poderiam ser fundamentais para outra atividade que esteja sendo desenvolvida no escritório. Toda vez que deixamos de atualizar a pipeline, corremos o risco de ter duas pessoas fazendo o mesmo trabalho, às vezes ligando pro mesmo TN Taker para pedir as informações já solicitadas anteriormente e prejudicando a imagem da AIESEC RECIFE.


São simples ações que fazem uma diferença imensa. Portanto, sejamos mais conscientes no uso das nossas ferramentas de TI: postem outputs, atualizem as pipelines e o CRM e ajudem a promover a sustentabilidade de informação.


Colaborador: Gabriel Amaral